quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Nossa Senhora do Imaculado Coração

O culto ao Puríssimo Coração de Maria remonta a São João Evangelista, que já o mencionava. Arnoldo de Chartres dizia que "Jesus não recebia nenhum golpe em seu corpo sem que produzisse triste eco no Coração de Maria".
Vários escritores sacros se referem ao Coração de Maria: Santo Éfrem, São Jerônimo, Santo Agostinho, Santo Anselmo, Santo Tomás de Aquino, São Boaventura, São Francisco de Sales e tantos outros. Na Companhia de Jesus se encontram diversos sacerdotes abalizados que foram apóstolos desta devoção, seguindo o exemplo de Santo Inácio de Loiola. O Beato José de Anchieta, "Apóstolo do Brasil", com seu poema "De Beata Virgine", foi o autor do primeiro cântico ao Coração de Maria, nas Américas.
Após o século XVII este culto torna-se público. Cabe a São João Eudes a glória de ser o principal arauto, apóstolo e teólogo, legando-nos sua obra clássica:
"O Coração Admirável da Santíssima Mãe de Deus", onde estuda os fundamentos desta invocação.
Surgiram em seguida várias ordens religiosas, masculinas e femininas, sob a proteção Cordimariana, entre elas a dos Filhos do Imaculado Coração de Maria, fundados por Santo Antonio Maria Claret, em 1849.
Em conseqüência do grande incremento do culto ao Puríssimo Coração de Maria, no século XIX, Pio VII e, depois, Pio IX, concederam uma festa e Ele dedicada, em diversas igrejas particulares. Em 1887 a Companhia de Jesus também se consagrou ao Imaculado Coração da Mãe de Deus.
Modernamente a própria Virgem Santíssima se dignou fazer revelações importantes neste sentido, quando apareceu aos pastorinhos de Fátima, em 1917. Maria Santíssima confessou-lhes que Deus queria estabelecer no mundo a devoção ao seu Imaculado Coração e pediu a consagração da Rússia ao mesmo. Para corresponder ao desejo de Nossa Senhora, expresso em Fátima, Pio XII, em plena guerra, a 31 de outubro de 1942, consagrou o gênero humano ao Puríssimo Coração de Maria e decretou, em 1944, que todos os anos se celebrasse uma festa especial em honra do Imaculado Coração da Mãe de Deus no dia 22 de agosto, oitava da Assunção. O Concílio Vaticano II, porém, na reforma litúrgica reservou para esta festividade o sábado após a celebração do Sagrado Coração de Jesus.
Um dos principais centros de divulgação do culto ao Imaculado Coração é a antiga casa das Dorotéias, em Pontevedra, Espanha, onde Lúcia, a vidente de Fátima, fez o seu postulado, e onde a Virgem Santíssima lhe pediu a Comunhão Reparadora nos primeiros sábados, durante 5 meses, seguida da reza do terço e de 15 minutos de meditação.
No Brasil, o culto ao Imaculado Coração de Maria, divulgado inicialmente pelos jesuítas e depois por outros religiosos, está difundido em todos os Estados. Existem 36 pároquias a ele dedicado.
Na capital paulista a devoção Cordimariana está ligada à primitiva igreja do Colégio, que assistiu ao nascimento de São Paulo. Em 1896, o então bispo D. Joaquim Arcoverde, em comum acordo com o governo estadual, permitiu a demolição do velho templo. No ano seguinte resolveu fundar a igreja do Imaculado Coração de Maria , lançando a pedra fundamental durante as comemorações do Centenário Anchietano, a 13 de março de 1897. A igreja, à rua Guaribe, entregue aos cuidados dos Padres Claretianos, foi construída na forma tradicional dos templos católicos, em formato de cruz, cujo corpo central é ocupado pela nave maior e os braços, por capelas. Ela foi aberta ao público em 1899. Do antigo Colégio herdou o altar-mor de talha, que se encontra na capela do Santíssimo Sacramento. A imagem de Nossa Senhora do Imaculado Coração é muito semelhante à de Nossa Senhora do Divino Amor.

Bibliografia:
Nilza Botelho Megale,"Invocações da Virgem Maria no Brasil", Ed. Vozes, 1998, pp. 240-243

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